Cerca de 73,4 milhões de jovens entre 15 e 24 anos estão desempregados no mundo, diz estudo divulgado nesta quarta-feira (8) pela Organização Internacional do Trabalho (OIT). O número representa 12,6% da população desta faixa etária. De acordo com o estudo, o desemprego entre jovens aumenta a cada ano. O número para 2013 é 3,5 milhões maior em relação a 2007, quando 11,7% dos jovens estavam desempregados), e está perto dos níveis alcançados no pior momento da crise econômica, em 2009. No Brasil, no entanto, o índice de jovens desempregados vem diminuindo.
Segundo o relatório da OIT, chamado “Tendência mundiais do emprego juvenil 2013 – Uma geração em perigo”, o mundo tem hoje, entre jovens e adultos, 201,5 milhões de desempregados, sendo os 73,4 milhões de jovens e mais 128 milhões de adultos, o que representa 4,6% do total da população adulta economicamente ativa.
As maiores taxas foram registradas no Oriente Médio (28,3%) e no norte da África (23,7%), e as menores foram na na Ásia Oriental (9,5 %) e Ásia Meridional (9,3%). Na América Latina e Caribe, este índice é de 13,2% dos jovens.
“Estes números evidenciam a necessidade de enfocarmos em políticas que promovam o crescimento, a melhoria da educação e os sistemas de qualificação, além do emprego juvenil”, declarou José Manuel Salazar-Xirinachs, Subdiretor Geral de Políticas da OIT.
Desemprego cai no Brasil
Embora o estudo mostre um aumento do desemprego entre jovens no mundo, especialmente em países de economia avançada, o Brasil apresenta resultados positivos, segundo a OIT. Nos últimos anos, o índice de jovens brasileiros desempregados foi caindo a cada ano, passando de 22,6% em 2002 para 13,7% em 2012.
O desempenho do Brasil contrasta com o de países da Europa. No Reino Unido, o desemprego que era de 11,9% em 2002, passou para 21,3% dos jovens em 2012. Na França, o índice saltou de 18,3% em 2002 para 22,9% em 2012. Os maiores índices de desemprego entre jovens na Europa estão na Itália (34,4%), Portugal (38,7%), Espanha (52,2%) e Grécia (54,2%).
Nos Estados Unidos, o desemprego atinge 16,3% dos jovens. No Canadá, 14,4%. No Japão e na Alemanha, 8,2%. No México, 9,7%. No Chile, 15,8%.
Trabalho temporário
Aqueles que encontram trabalho estão obrigados a ser menos exigente quanto ao tipo de emprego que exercem, incluindo trabalho em tempo parcial ou temporário, já que necessitam
desesperadamente de renda. “Os empregos seguros são menos acessíveis para os jovens de hoje, que têm como única opção o trabalho temporário ou de meio período”, diz Salazar-Xirinachs.
O estudo da OIT mostra ainda que aumentou no mundo o número de jovens que estão desempregados há mais de seis meses. “As consequências a longo prazo disso é a perda da experiência de trabalho e o enfraquecimento de sua capacidade de profissional”, diz o consultor. “Para um jovem, ficar sem emprego nos primeiros anos de carreira, pode ter consequências em seu salário e enfraquecer suas perspectivas de renda, ainda décadas mais tarde”.