Em 2 de julho de 2021, foi assinada a ordem de serviço para início da obra de reforma e ampliação da EEB Walter Holthausen, em Lauro Müller. O Governo do Estado investiu inicialmente R$ 3,1 milhões na melhoria da infraestrutura da escola.
Os trabalhos da obra incluem a restauração da cobertura, paredes e toda a pavimentação da escola. Também deverão ser melhoradas as instalações elétricas e hidrossanitárias da estrutura, para garantir a segurança e o conforto dos mais de 400 estudantes matriculados na unidade. A escola, que atende turmas nos três turnos, terá capacidade de atendimento de cerca de mil alunos.
Na época da divulgação, a notícia foi muito comemorada, especialmente pela comunidade escolar que lutava há nove anos pela reforma. Porém, o que parecia um sonho se concretizando tornou-se um tremendo pesadelo. O primeiro prazo para conclusão das obras já venceu há sete meses. Uma nova data foi estipulada para dezembro (2022) e até o momento a nova previsão de conclusão é junho de 2023.
A falta de resposta por parte do estado levou os professores a iniciar um movimento nas redes sociais e na imprensa regional para tentar chamar a atenção das autoridades. Uma nota de repúdio foi elaborada e tem sido compartilhada, confira a íntegra:
Nota de Repúdio
A equipe da EEB Walter Holthausen, através deste meio de comunicação, vem a público repudiar a atual situação da obra de reforma e ampliação da escola. Nossa revolta e indignação é considerável, pois de várias maneiras já recorremos aos órgãos competentes e à promotoria pública. São 2 anos aguardando a conclusão.
Vivenciamos um verdadeiro descaso e abandono, são profissionais, alunos, equipe administrativa, funcionários sem quaisquer condições de trabalho e consequentemente o aluno também sente suas dificuldades.
A obra neste momento encontra-se parada, sem previsão para retorno. Abandonada!
Aos questionamentos feitos, quando respondidos, são muito evasivos. Não dizem nada.
Podemos citar aqui alguns pontos que esta situação acarreta para todos os envolvidos:
• Deslocamento para 03 lugares diferente, em 01 distante do município
• Administrativo e reuniões de professores em um ginásio de esportes, sem condições de trabalho, altas temperaturas, barulho demasiado com as chuvas, diversas goteiras…
• Deslocamento de alunos para almoçar (Ensino Integral) comprometendo a carga horária das aulas
• Ausências de laboratórios;
• Comprometimento da convivência administrativo, equipe gestora, professores e alunos;
• Ausência de espaço para Educação Física;
• Ausência de espaço para desenvolvimento de projetos;
• Quantidade de alunos excessivas para a metragem da sala de aula;
• Falta de ventilação e climatização adequada nas salas de aula;
• Ausência de internet para trabalho dos professores e pesquisas dos alunos;
• Ausência de biblioteca e local adequado para pesquisas;
• Instalações que oferecem riscos para os alunos;
• Deslocamento indevido dos alunos e professores para outra unidade escolar que fica a mais ou menos 7 km da escola de origem.
Convidamos a comunidade a nos visitar, compartilhar e nos apoiar nesta nota.
Venha conhecer nossas condições de trabalho, venha verificar as instalações onde seu (sua) filho(a) passa a maior parte do tempo.
Na terça-feira (7), às vésperas do início do Ano Letivo, alguns pais e professores realizaram uma vistoria in loco para conferir o andamento das obras. O repórter Nei Bordignon, acompanhou a visita e conversou com alguns dos presentes ( Ouça o áudio no final da matéria)
O jornalismo da Cruz de Malta tentou agendar entrevista com a coordenadora regional de Educação em Criciúma, Ronisi Cristina Agostinho da Silva Guimarães, mas atraves da assessoria de imprensa fomos informados que a manifestação seria através de uma nota, segue a íntegra:
A Secretaria de Estado da Educação (SED), por meio da Coordenadoria Regional de Criciúma esclarece que mais de 60% as obras da EEB Walter Holthausen foram concluídas. Ao analisar o projeto da obra, a Secretaria avaliou necessidades de melhorias. A previsão de término da obra é em junho de 2023.
Os estudantes estão alocados na EEB Ernani Cotrin e na EEB Visconde de Taunay, para não perderem dias letivos durante a reforma e ampliação da escola.
Apesar de a secretaria de Educação estimar a conclusão para junho deste ano, os pais e professores que participaram da vistoria na tarde de terça-feira, ouviram dos próprios e poucos funcionários, da empresa responsável, que a obra dificilmente ficará pronta neste ano.
Ouça abaixo a íntegra da entrevista: