Está disponível nos postos de saúde de Santa Catarina a vacina contra o papilomavírus humano (HPV) para meninos de 12 e 13 anos. Antes, a imunização era aplicada apenas a meninas de 9 a 13 anos. De acordo com a Diretoria de Vigilância Epidemiológica (Dive), 111 mil garotos devem ser imunizados no estado.
“As doses de vacina chegam mensalmente aos postos dos municípios, portanto não há um número fechado de aplicações a serem comunicadas de antemão para este grupo. Esta imunização não deve ser considerada uma campanha, mas a inserção de uma nova faixa etária em uma vacina de rotina das unidades. A vacinação deve ocorrer ao longo de 2017”, explicou a gerente de Imunização da Dive, Vanessa Vieira da Silva.
São duas doses, com intervalo de seis meses. A vacinação obedece os horários de funcionamento dos postos de saúde dos municípios.
Benefícios
A vacina contra o HPV, que previne o câncer de colo do útero, faz parte do Programa Nacional de Imunizações desde 2014. Segundo o Ministério da Saúde, estudos feitos em outros países mostram que a inclusão dos meninos contribui para a diminuição do câncer de colo do útero e vulva das mulheres, já que isso possibilita a diminuição da circulação do vírus na população, o que beneficia o público feminino.
Além disso, os próprios meninos são beneficiados, pois a vacina protege contra câncer de pênis, garganta, ânus e verrugas genitais, problemas também relacionados ao vírus. A partir deste ano, meninas que chegaram aos 14 anos sem a vacina também podem se vacinar.
A imunização será estendida ainda aos homens que vivem com HIV entre 9 e 26 anos. Antes, só as mulheres com HIV desta faixa etária podiam se vacinar gratuitamente. No caso desse público, o esquema vacinal é de três doses.
Transmissão e consequências
O HPV é altamente contagioso e a transmissão acontece principalmente pelo contato sexual. A vacina distribuída no SUS é quadrivalente, protege contra quatro tipos de HPV: o 6, o 11, o 16 e o 18. Dois deles (o 6 e o 11), estão relacionados com o aparecimento de 90% das verrugas genitais. Os outros dois (o 16 e o 18) estão relacionados com 70% dos casos de câncer do colo do útero.
Além da vacina, a prevenção contra esse tipo de câncer continua envolvendo o exame Papanicolau, que identifica possíveis lesões precursoras do câncer que, tratadas precocemente, evitam o desenvolvimento da doença.
G1/sc